Fundador e presidente da Stefanini IT Solutions conta como criou, desenvolveu e consolidou a companhia como uma das mais importantes do Brasil no mundo, tendo sucesso mesmo em tempos de crise
Com o crescimento econômico do Brasil, uma série de companhias
nacionais tem conseguido nos últimos anos ocupar espaços cada vez mais
importantes no mercado internacional. A Stefanini, multinacional
brasileiro do setor de tecnologias da comunicação e informação, é um
exemplo claro disso. Com 24 anos de experiência, a companhia já está
presente em 28 países e foi reconhecida recentemente pela revista Fast
Company como uma das empresas brasileiras mais inovadoras. Além disso,
Na edição deste ano da CeBIT, feira internacional do mercado digital
sediada em Hannover, na Alemanha, o fundador e presidente da companhia,
Marco Stefanini, foi um dos três empresários convidados pela organização
do evento para um encontro com a presidente Dilma Rousseff e a
chanceler alemã Angela Merkel.
Em entrevista exclusiva ao Administradores.com, Marco – cuja
trajetória já rendeu até um livro (a biografia "O filho da crise",
escrita por Rogério Godinho) – fala sobre o início da carreira, as
dificuldades que enfrentou e como conseguiu consolidar sua companhia
como uma das mais importantes do Brasil.
Você entrou para o mundo dos negócios num tempo em que o
Brasil vivia uma das suas piores crises (final dos anos 1980) e, mesmo
assim, conseguiu sair daquela turbulência com êxito, tornando seu
empreendimento um dos mais bem sucedidos do país. Qual o segredo?
Acho que é enxergar a crise como uma oportunidade de crescimento.
Essa sempre foi a visão da empresa. Tanto que o período em que mais
crescemos na última década foi justamente 2008 e 2009, também dois anos
de crise.
No começo da sua carreira, a dúvida sobre que profissão
seguir o perturbou por algum tempo. Como você acabou indo parar no
mercado de TI?
Na época em que me formei o país vivia uma das piores crises da sua
história e um mercado que se mostrava promissor quando iniciei a
faculdade de Geologia acabou sendo profundamente afetado pela crise.
Consequentemente, pela escassez de emprego na época, acabei optando por
participar de um processo do Bradesco que recrutava alunos da área de
exatas para treiná-los na empresa e atuarem na área de tecnologia do
banco.
Antes de entrar para o setor de tecnologia, você teve
experiências na sua área de formação, a geologia, e também como
professor. Como as experiências em outros segmentos contribuíram para o
seu sucesso no mercado de TI?
A Stefanini surgiu como uma empresa de treinamento e a experiência de professor agregou muito.
Para quem começou a trabalhar com informática no tempo do
CP-300 e hoje tem de lidar com a multiplicidade de dispositivos na era
da hiperconexão, inovar para adaptar-se, sem dúvidas, tem sido regra.
Como a Stefanini evoluiu ao longo desse período?
Acompanhando as tendências e alinhando a atuação da empresa com as
necessidades dos clientes. O olhar atento às necessidades de negócios da
empresa nos deu expertise para buscar na tecnologia uma solução que
ajudasse nossos clientes a atingirem suas metas. Esse viés se aprimorou
ao longo dos 25 anos de história da Stefanini e se refletiu nas relações
de longo prazo e confiança que mantemos com a nossa base de cliente.
Hoje a Stefanini é a segunda empresa brasileira mais
globalizada. Em um cenário de crise como o que vivemos atualmente, isso
traz mais riscos ou segurança?
Isto traz muito mais segurança, sem dúvida. Também, é claro, que traz mais complexidade na gestão e operação da empresa.
Mesmo com metade do planeta em crise, o Brasil vive uma fase
de extremo otimismo, do ponto de vista econômico. Qual a sua avaliação
da economia brasileira para os próximos anos?
Muito positiva. Hoje, o Brasil tem perspectiva como nação e isto me
deixa muito satisfeito como cidadão. Apenas devemos ter cuidado em nos
mantermos humildes e focados em resolver nossos problemas (que ainda são
muitos).
E tratando do seu segmento em específico, qual deve ser o papel do mercado de TI nos próximos anos, no Brasil?
TI é fundamental para qualquer país que queira aumentar sua
produtividade e competitividade a nível global. A TI brasileira pode
exercer bem este papel desafiador.
No ano passado, você participou do fórum de CEOs
Brasil/Estados Unidos que aconteceu em Brasília. Daquele encontro saiu
um documento assinado pelos executivos com sugestões para os governos
sobre temas que vão da infraestrutura à inovação. Qual o papel que você
acredita que os administradores devem ter no desenvolvimento e na
aplicação dessas propostas?
O nosso papel no CEO Forum é debater entre os CEO e formular
sugestões aos governos, medidas importantes para a melhoria do ambiente
de negócios dos dois países. Temos apenas um papel consultivo.
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